quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

PL: Ato médico x Universidades

O Projeto de Lei sobre o “ato médico” afeta as profissões da área da saúde, tornando várias atribuições executadas por diversos profissionais da saúde privativas ao profissional médico.

Cada profissão da área da saúde atua através de técnicas e abordagens específicas, utilizando uma fundamentação sistematicamente estudada e estabelecida através de métodos científicos próprios, adquiridos através de muitos anos de prática e busca pelo conhecimento através de pesquisas e trabalhos científicos; que comprovam a autonomia e os méritos alcançados por cada profissão.

As profissões da saúde possuem seu atrativo próprio, conquistado e difundido com o passar do tempo. Isso é o que desperta em cada estudante o interesse por determinada carreira. A identificação pela profissão escolhida se deve principalmente pelas conquistas e autonomia que ela oferece.

A limitação e a alteração nas atribuições dos profissionais da saúde, que estão sendo colocadas por esse projeto, poderão causar grande prejuízo no número de matrículas nas universidades que oferecem cursos nessa área.

Limitar o exercício de algumas profissões e tornar determinada profissão mais atrativa pode afetar decisivamente a escolha dos estudantes ao ingressar numa universidade. A procura pelos cursos da área da saúde poderá ser reduzida drasticamente, o que acarretará conseqüências nas universidades públicas e privadas que ofertam tais cursos, que até poderão ser fechados.

Isso é uma realidade, mais um ponto a ser analisado. Que estudante vai querer se dedicar anos da sua vida a um curso universitário que perdeu suas conquistas e autonomia? Que estudante vai desejar uma profissão de nível superior que seja subordinada a outra profissão?

Esse projeto de lei poderá ser um retrocesso às conquistas de muitos profissionais da saúde e uma revolução no ensino superior brasileiro.